quinta-feira, novembro 18, 2010

O que vemos nos engana.

Algumas vezes as aparências enganam, não podemos julgar um livro pela capa, certo? Então por que julgamos as pessoas pelo primeiro contato visual, olhamos para as pessoas e pensamos coisas a respeito dela que talvez nem sejam verdades, outras sim, quantas vezes nós não nos enganamos e não assumimos os nossos erros?
É triste ver pessoas que não conseguem assumir que erraram e repetem o mesmo erro, sempre, sempre e sempre. Hoje eu estava conversando com um amigo e fui sucinto quando ele me perguntou se eu acreditava em herança genética como forma de transmitir atitudes comportamentais, eu disse “não”, ele começou a me questionar sobre a minha opinião, depois eu reconheci o meu erro e disse “o ser humano nasce uma tabula rasa, mas se ele nasce uma tabula rasa, então existe uma tabula”. Quando eu disse isso pra ele, sem perceber eu reconheci que tinha errado na resposta anterior e comentei “olha, eu errei quando eu disse que não”, nessa hora vi o espanto em seu rosto, como quem diz “nossa, ele errou! Não consigo acreditar”, eu vi isso e comentei “somos humanos, podemos errar e erramos o tempo todo”. Não, eu não estava lendo a mente dele, estava sim lendo a sua expressão.
O caso acima foi apenas para explicitar como é fácil errar e como é fácil reconhecer os nossos erros, no entanto, existem pessoas hoje em dia que não conseguem ver isso. Ouvi uma frase que dizia “os bons jogadores de xadrez pensam 5 jogadas a frente” e em seguida veio a resposta “os ótimos pensam só uma, mas é sempre a decisiva”. Penso que estamos o tempo todo pensando 5 jogadas a nossa frente, enquanto que o ideal seria vivermos, ou seja, pensar apenas uma.
Acontece que hoje vivemos em uma sociedade em que se preza pelo mundo exterior e sabemos que não precisamos pensar no mundo exterior, reconhecer os nossos erros é como pensar uma jogada a frente, mas sempre a decisiva. Quantas vezes nos deparamos com situações que nos deixam entristecidos por pensarmos que era uma coisa e era outra, é o caso, por exemplo, daquela pessoa que conhece alguém muito lindo (a) e logo “parte pra cima”, pode até ser que fiquem, mas com a convivência nos percebemos os nossos erros e vemos que aquela pessoa linda se transformou em uma pessoa horrível. Eu mesmo já conheci pessoas horríveis até mesmo ao olhar, me abstive de olhar com os olhos do mundo externo e algumas pessoas eram tão lindas que eu me apaixonava por ela, eu vi a beleza dessas pessoas quando ninguém mais viu.
Acho fantástico quando você consegue perceber a beleza interna das pessoas e ver como isso desabrocha diante de seus olhos, você olhando para o mundo externo nunca saberá ao certo qual é a verdadeira pessoa que se esconde por trás de cada sorriso ou de cada lagrima. Ajudar o próximo a encontrar isso dentro dele é fantástico, mas o mais fantástico mesmo é você enxergar pelos olhos da alma. Nesse momento ficara tudo maravilhoso e com certeza, se todos fizerem isso, nos viveremos em mundo melhor.
Quero lembrar que para vivermos em mundo melhor, temos que começar a mudar por nos mesmo, não espere a mudança do próximo, não pense 5 jogadas a frente, pense apenas uma e viva mais. Quando mudamos internamente, mudamos externamente e quando a gente muda o mundo muda com a gente, essa frase já é por demais conhecida, penso que você já deve ter ouvido ela em algum lugar.
Por fim, gostaria de encerrar com um titulo do livro do Cortella “Não espere pelo epitáfio”, espero ter feito você pensar no tema, se consegui fazer isso, fiz minha parte. Obrigado, Marcio Colli

Um comentário:

  1. Talvez seja exatamente essa espera, ou seja, esse contingente de expectativas criadas que responda por nossa interpretação do fato antes do fato em si. Esse hábito que as pessoas sustentam de considerar sempre a primeira impressão é um empecilho em várias situações; porém, a maioria ainda não se deu conta disso. E nem sei se vai dar...

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