segunda-feira, novembro 29, 2010

Amor e ódio.


            Eu estava pensando hoje na relação de amor e ódio que todos temos, vemos hoje em dia essa relação na musica, literatura, artes em geral, programas de TV, entre tantos outros meios existentes.
            Muitas vezes a relação de amor e ódio esta implícito em nós, nós amamos na mesma proporção em que odiamos o mesmo objeto. Gosto muito da definição de Melaine Klein para amor e ódio, ela vem nos dizer que existe amor, ódio, culpa e reparação em relação a tudo o que nos cerca, começando desde a fase que somos recém nascidos e segue por toda uma vida essa relação.
            É interessante pensar nessa relação, pois, o primeiro objeto que amamos e odiamos seria na verdade a nossa mãe biológica, já na hora do parto, talvez ali também seja o nosso primeiro espelho, como diria Winnicott, “O que o bebê vê ao olhar para o rosto da mãe? Sugiro que, normalmente, o que o bebê vê é a si próprio. Em outras palavras, a mãe olha para o bebê e aquilo que ela parece relaciona-se com aquilo que ela vê. Tudo isso é facilmente aceito. Mas indago se isso que é naturalmente tão bem feito pelas mães ao cuidar de seus bebês deve ser aceito. Vou direto ao ponto com o caso do bebê sobre o qual é refletido o humor da mãe, ou pior, a rigidez de suas defesas. Em um tal caso o que é visto pelo bebê? Primeiramente sua capacidade criativa começa a atrofiar, e de um modo ou de outro procura por outras formas de retorno do ambiente ... Nesse momento o rosto da mãe não se apresenta como um espelho. A percepção toma o lugar da apercepção. A percepção ocupa o lugar daquilo que deve ser o princípio de uma importante troca com o mundo, um processo de mão-dupla em que o auto-enriquecimento alterna-se com a descoberta de um significado para o mundo ao ver as coisas “.
            Penso que ai deve surgir a nossa primeira relação de amor e ódio, voltando para a questão da Melaine Klein, apenas como forma explicativa, a mulher ama o namorado e ao mesmo tempo o odeia, a mulher que ama o namorado também a odeia. Por um momento o namorado faz algo em que ela não gosta, logo ela começa a odiar ele, sentindo culpa por odiar ele, ela então repara essa culpa e nesse ódio e surge ai o amor, o mesmo vale para namorado em relação a namorada, no entanto, apenas é valido para casais em que realmente se amam.
            Costumo dizer que casal que não briga não se ama, pois amor e ódio estão sempre em sintonia um com o outro, ao mesmo tempo em que amamos, odiamos e nos sentimos culpados por odiarmos, logo, reparamos o nosso ódio e voltamos a amar. Quem nunca brigou com algum dos pais e voltou a conversar depois de algum tempo, tempo esse que dependendo da briga pode variar entre segundos até anos.
            Ai eu lembro uma frase em que eu ouvi a muito tempo atrás, “Nós só nos tornamos filhos quando viramos pais”. Penso na empatia que deve haver ai, quando somos filho nós não entendemos os nossos pais na maioria das vezes e quando somos pais começamos a entender como éramos como filhos. Talvez não valha a pena ter tantas brigas entre as pessoas que amamos.
            Prefiro acreditar que só devemos brigar quando o assunto é algo de nosso interesse, mesmo assim, uma briga que possa nos trazer algum crescimento psíquico e não apenas extrapolando o ódio pelos poros como um adolescente exalando hormônios sexuais. Espero ter feito você pensa no tema, se fiz, fiz minha parte. Desculpem pelos erros de formatação do texto, raramente eu acerto eles, obrigado, Marcio Colli.

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