sexta-feira, novembro 05, 2010

Alucinação: ciência ou religião?

Há tempos as alucinações podem ser vistas tanto de cunho religioso, como também de cunho científico. Essa idéia vem me perseguindo por um longo tempo também, muitas vezes eu mesmo tive uma alucinação, mas não sabia, no entanto se era algo religioso ou psicológico, prefiro pensar que foi psicológico quando encontrei motivos e quando não o encontrei, atribui a Deus.
Segundo Mesquita e Duarte (1996), a alucinação é a experiência perceptiva sem objeto, geralmente de origem patológica. As alucinações podem classificar-se segundo a sua origem sensorial em: tácteis, olfativas, gustativas, visuais e auditivas. Podem ter como causas: uma excitação patológica dos órgãos sensoriais (uma otite pode originar percepções auditivas alteradas), um tumor no cérebro ou uma disfunção no sistema nervoso, na sequência de uma infecção ou intoxicação. Encontra-se, ainda, associadas a certas doenças mentais como a esquizofrenia e, particularmente, ao delírio crônico alucinatório. Experimentalmente, podem provocar-se alucinações em sujeitos saudáveis, colocando-os num estado de isolamento sensorial absoluto, durante algumas horas
           Vários autores têm abordado a relação entre as experiências espirituais e manifestações patológicas da mente. Místicos, videntes e médiuns têm desafiado a compreensão dos profissionais de saúde mental e tornado necessário uma adequada diferenciação entre o que seria uma experiência espiritual saudável e o que seria um transtorno psicótico ou dissociativo com conteúdo religioso (MENEZES JUNIOR; MOREIRA-ALMEIDA, 2009)
            Já no início do século XX, William James (apud. MENEZES JUNIOR; MOREIRA-ALMEIDA, 2009), investigando as experiências de êxtase místico, verificou que essas experiências, quando saudáveis, tinham duração breve e traziam efeitos benéficos para quem as vivenciava.
            Claro que muitos sempre irão atribuir as alucinações que venham a ter como sendo algo religioso e é totalmente compreensivo, é mais fácil aceitar que a culpa é do outro e/ou culpar sempre o “universo” do que ver os nossos defeitos.
            Temos que tomar cuidado para não cairmos no animismo, que segundo Cabral e Nick (2003), são a crença implícita em que todos os objetos ou certas categorias de objetos têm alma ou são alojamento de espiritos, exercendo influência real ou causal na atividade da criatura viva.
            Sempre que tiverem uma alucinação procurem identificar os motivos de tal acontecimento, se você não encontrar algum motivo, e nem mesmo o seu ou sua psicoterapeuta encontrar algum motivo, ai sim, pode atribuir ao divino, lembrem-se: alucinações não são motivos para falta de saúde mental!
            Espero ter contribuido para o conhecimentos de vocês sobre o tema e como sempre eu digo, não estou aqui para explicar e nem complicar, estou aqui apenas para lançar uma nova idéia e me abro tambem para discussões a respeito do tema.
            Obrigado, Marcio Colli

Referências:
CABRAL, A. & NICK, E. Dicionário técnico de psicologia. 13 ed. São Paulo: Cultrix, 2003.

MENEZES JUNIOR, Adair de; MOREIRA-ALMEIDA, Alexander. O diagnóstico diferencial entre experiências espirituais e transtornos mentais de conteúdo religioso. Rev. psiquiatr. clín.,  São Paulo,  v. 36,  n. 2,   2009 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832009000200006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  27  jan.  2010.  doi: 10.1590/S0101-60832009000200006.

MESQUITA, R. & DUARTE, F. Dicionário de Psicologia. Lisboa: Platano, 1996.


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