Construindo uma relação a dois.

       Ao se pensar na construção de uma relação a dois, antes de qualquer coisa, é preciso refletir o que é o amor e a difícil (ou impossível?) tarefa de defini-lo, mesmo porque o amor é uma mistura de muitos sentimentos, com densidades distintas a partir dos parceiros e dos diferentes momentos e interações entre eles. É possível pensar que não deva ser o amor por si só que se aprende (portanto, se constrói), mas se aprende (e se constrói) o amor ao vivenciar sentimentos e comportamentos abertos tais como: ternura, cumplicidade, medo, tolerância, raiva, paixão, humildade, rejeição, fidelidade, humor, intimidade do corpo e do emocional (TORRES, 2008).

       A literatura da terapia de casal oferece um arsenal diversificado de técnicas. Junto com o movimento político de emancipação feminina que conheceu seus maiores sucessos na primeira metade do século XX, houve uma redistribuição do trabalho que levou a uma mudança profunda na cultura conjugal. Antes foi, em muitos casos, a miséria que levava as mulheres, em contrário às normas sociais, ao mercado de trabalho, e o trabalho delas era marcadamente desvalorizado em comparação com o dos homens. Na segunda metade do século XX, a mulher de classe média tinha uma profissão.

       O cuidado das crianças e do lar não cabia mais a ela, e a autoridade do marido e do pai de família foi questionada na sua essência e profundamente revisada. O fim da segregação de papéis tradicionais tornou imperativo, para os cônjuges, a negociação aberta de suas próprias soluções para as tarefas da vida. Para viver em casal, os parceiros precisavam agora, mais do que antes, de habilidades de comunicação e de solução de problemas

       De fato, vem percebendo-se que a mulher vem conquistando mercado de trabalho, principalmente nas ultimas três décadas. Segundo Abramo (2007), após três décadas em que se observa um crescimento constante dos níveis de escolaridade e das taxas de participação feminina no Brasil e nas Américas em geral, ainda persistem sérios obstáculos a inserção e permanência das mulheres no mercado de trabalho em igualdade de condições em relação aos homens.

       O indivíduo na era pós-moderna, mais só do que nunca, não é mais sujeito aos grandes mitos consagrados da família ou do casamento. O superconsumo da terapia de casal faz parte do mesmo fenômeno que o comparável superconsumo da cirurgia plástica como solução de problemas com a imagem de si, ou da terapia individual para não precisar enfrentar de forma ativa o sentido de sua vida. Como reação, nota-se uma nova procura do cerne espiritual da existência, da saúde e do sentido profundo da experiência.

Talvez um dos motivos principais na relação a dois, é a empatia no qual pode ser considerada uma importante ferramenta no diálogo e na comunicação de um casal.

       Claro que um texto curto desse e com apenas duas referencias não pode servir de base para se construir uma relação a dois de maneira harmoniosa e feliz, mas espero que esse texto tenha servido de maneira útil pra você e que tenha feito você pensar no tema, se eu consegui fazer isso, fiz o meu trabalho. Obrigado, Marcio Colli

Referências

ABRAMO, Lais Wendel. A inserção da mulher no mercado de trabalho: uma força de trabalho secundária? 2007. 1 v. Tese (Doutorado) - USP, São Paulo, 2007.

TORRES, Nione. APRENDENDO A CONSTRUIR UMA RELAÇÃO A DOIS: HABILIDADES “AFETIVAS” DO CASAL.2008. 1 v. Conferencia (Palestra) - Iacep, Londrina, 2008.