Pânico tem origem do grego "panikon" que tem como significado susto ou pavor repetitivo. Na mitologia grega o Deus Pã, que possuía chifres e pés de bode, provocava com seu aparecimento, horror nos pastores e camponeses. Desta forma a palavra tem em nossa língua o significado de medo ou pavor violento e repetitivo. Em Atenas, teria sido erguido na Acrópole um templo ao Deus Pã, ao lado da Ágora, praça do mercado onde se reunia a assembléia popular para discutir os problemas da cidade, sendo daí derivado o termo agorafobia, usado pela psicologia para designar o medo de lugares abertos.
Voltando para o Transtorno do Pânico (TP), este é uma entidade clínica recente e era antigamente chamada de neurastenia cardiocirculatória ou doença do coração do soldado ("coração irritável" denominação dada por Da Costa em 1860 durante a guerra civil americana), embora a primeira descrição sintomatológica tenha sido feita por Freud, que a classificou como neurose ansiosa. Até 1980, o quadro foi agrupado sob o título de "neurose de ansiedade" e atualmente este mesmo grupo foi subdividido em Doença do Pânico e Transtorno de Ansiedade Aguda ou Generalizada.
As diferenças clínicas, razão pela qual derivou a subdivisão do grupo em Reações de Ansiedade Aguda e TP, residem no fato de que os fatores geradores da primeira são motivados por agentes externos que ameaçam de forma clara e consistente a vida do indivíduo tais como catástrofes, panes em aviões, trens, veículos, incêndios entre outros.
No distúrbio "crise de pânico" o agente externo freqüentemente encontra-se ausente e a ameaça está dentro do próprio paciente. Ambas as desordens vem acompanhadas por boca seca, aceleração dos batimentos cardíacos, palpitações, palidez, sudorese e falta de ar. Este conjunto de manifestações qualifica o que se denomina "reação de alarme" adaptando o organismo às situações de fuga, luta ou perigo iminente, trocando em miúdos, seria como se você se assustasse com algo, mas essa reação dura em média meia hora.
A causa freqüente de procura a psiquiatras e psicoterapeutas esta ligada ao stress cotidiano. É uma patologia real (alguns a rotulam como frescura) e incapacitante devido a seus sintomas extremamente desagradáveis. Só quem sofre de TP é que sabe valorizar a intensidade de sua sintomatologia.
Este fato é devido em grande parte ao desconhecimento do TP por médicos não especialistas (não psiquiatras) o que determina a demora no diagnóstico do caso com o conseqüente e indesejável desenvolvimento das complicações. A grande maioria dos pacientes, devido à predominância dos sintomas ligados ao aparelho cardiovascular, é atendida em pronto-socorros cardiológicos por clínicos e/ou cardiologistas e medicados com fármacos que não são capazes de bloquear as "crises ou ataques de pânico", quando o paciente tem sorte e encontro nos PS´s um médico que conheça um pouco da doença é diagnosticado como uma síndrome neuro vegetativa (SNV) ou um famoso piti.
A medida as crises se sucedem, sem que os pacientes observem melhora, os leva a insegurança e ao desespero. São realizados inúmeros exames sem se chegar a uma conclusão, diagnósticos sendo os sintomas atribuídos a situações genéricas como estafa, nervosismo, fraqueza ou com frases do tipo: "você não tem nada".
O TP ocorre mais freqüentemente em adultos jovens na faixa etária entre 20 e 45 anos de ambos os sexos, sendo maior o numero em mulheres, em média 2 mulheres a cada 3 casos de TP. Nesta faixa etária os pacientes estão na plenitude de seu potencial de trabalho e ao apresentarem a doença são geradas conseqüências desastrosas voltadas tanto para o desenvolvimento profissional quanto social.
O diagnóstico baseia-se nos seguintes critérios segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais (DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana: Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Critérios para o Ataque de Pânico: Um curto período de intenso medo ou desconforto em que 4 ou mais dos seguintes sintomas aparecem abruptamente e alcançam o pico em cerca de 10 minutos, são eles: sudorese; palpitações e taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos); tremores ou abalos; sensação de falta de ar ou de sufocamento; sensação de asfixia; náusea ou desconforto abdominal; sensação de instabilidade, vertigem, tontura ou desmaio; sensação de irrealidade (desrealização) ou despersonalização (estar distante de si mesmo); medo de morrer; medo de perder o controle da situação ou enlouquecer; parestesias (sensação de anestesia ou formigamento); calafrios ou ondas de calor.
Pelo menos um dos ataques terem sido seguido por 1 mês ou mais de uma ou mais das seguintes condições: medo persistente de ter novo ataque; preocupação acerca das implicações do ataque ou suas conseqüências (isto é, perda de controle, ter um ataque cardíaco, ficar maluco); uma significativa alteração do comportamento relacionada aos ataques; o Ataque de Pânico não ser devido a efeitos fisiológicos diretos de substâncias (drogas ou medicamentos) como: álcool, cocaína, crack, cafeína, ecstasy ou de outra condição médica geral (hipertireoidismo, feocromocitoma, etc...); os ataques não devem ser conseqüência de outra doença mental, como Fobia Social (exposição a situações sociais que geram medo), Fobia Específica (medo de avião, de elevador, etc...), Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Pós-traumático ou de Separação.
Quanto mais cedo ocorrer o paciente procurar ajuda, mas fácil é fazer o paciente controlar os ataques. TP é uma doença seria e tem de ser tratada como tal. O trabalho do psicoterapeuta deve ser procurado sempre que surgir algo relacionado a doença ou outros transtornos psicológicos, até mesmo para o auto conhecimento, o auto conhecimento é a melhor forma de se evitar os transtornos psicológicos, não tenha medo de procurar um psicoterapeuta.
No Brasil ainda temos muito estigma em relação a psicólogos, na França quem não faz psicoterapia não é muito bem visto pela sociedade. Enfim, voltando ao tópico, espero que tenha feito você pensar no tema, se fiz isso, fiz meu trabalho. Obrigado, Marcio Colli.
Uma amiga minha foi diagnósticada com a Doença do Pãnico. Ela ficou dois anos combatendo esta sensação de pânico... Desenvolveu alguns TOCs e, até hoje, alguns destes TOCs ela não conseguiu se livrar....
ResponderExcluirBem interessante o seu blog.
Vou indicar para minha irmã.... ela está cursando psicologia. O blogdela é http://karenhack.blogspot.com
;D
Olá, tudo bem? Gostei do blog.
ResponderExcluirDá uma passadinha no @AlphaEventos
olha aí: http://alphachannel.blogspot.com/
Abraço.
Eu tenho síndrome do pânico (TP ou Doença do pânico) é horrível.. tudo que você escreveu é tudo o que eu sinto. o ruim é quando começa uma crise e as pessoas tentam te ajudar e você já fica estressado e só quer fazer aquilo que você acha que vai te acalmar. :/
ResponderExcluirO lance é não encarar como se fosse um problema, e sim como algo passageiro...eu acho.
ResponderExcluirTive um desses ataques logo depois de queimar um baseado (maconha)com alguns amigos em um mato fechado...
Um dos efeitos citados aqui com o qual eu mais me familiarizei foi o de irrealidade e medo de morrer. Isso foi sinistro... principalmente porque ngm lembrava aonde exatamente agente estava.
Nunca mais surtei denovo, e acho que a maconha me curou tbm desses ataque de pânico...
é isso ai eu nunca tive um ataque desses mas a maconha ajuda em varios fatores sim...só quem fuma sabe.
ResponderExcluirquando tenho a oportunidade eu fumo antes de dormir, tp fumo descanso, olho tv slah, leio um livro, e dp durmo muito bem...mas acordo meio cansado...