domingo, junho 19, 2011

Luto


            Dia 19 de junho de 2011 faleceu uma tia minha, na qual eu tinha e ainda tenho muito zelo e carinho, infelizmente, ela se foi, porem deixou conosco um grande amor e carinho, alem de prova de dedicação e de trabalho, uma mulher sensacional dentro de suas possibilidades. Em um evento de luto, muitas coisas acontecem, começamos a nos questionar porque levou e qual o motivo dessa perda, dentre outros sentimentos.
            Em uma situação de luto ou de doença em geral, passamos por 5 estágios geralmente, pela ordem os estágios são: negação; fúria (ou ira); barganha; depressão e por fim a aceitação. Falarei um pouco sobre cada um desses estágios.
            O primeiro estágio é o da negação, pois é o momento em que não acreditamos e demoramos “para cair na real”, nesse estagio é normal as pessoas pensarem que estão mentindo para ela e mais do que isso, acreditam que tudo é uma grande mentira, e fecham os olhos para os fatos. Nesta hora as pessoas ditas mais fracas sofrem e as pessoas ditas mais fortes reprimem. Esta repressão pode desencadear problemas, até mesmo episódios cardíacos mais futuramente, ou seja, os fortes se tornam adoentados, enquanto que os fracos choram e não adoecem.
            Logo após a negação entramos no estagio da ira, neste estagio é comum ficarmos com ira e ódio de tudo e de todos, ficamos indignados com aqueles que não comparecem no velório ou no hospital. Muitas vezes não procuramos saber de fato se estas pessoas estão sofrendo por não poderem ir, pois cada um possui uma série de limitações. Em outros casos achamos que existem pessoas que não sofrem com o sofrimento dos outros, mas o maior sofrimento destas pessoas, acredite, é de não demonstrar sofrimento.
            O terceiro estagio é o estagio da barganha, nessa hora começamos a negociar com Deus (independente da religião), passamos a fazer promessas, oferecer a Deus varias coisas para aquele sofrimento passar. Passando a fase de barganha entramos na fase da depressão.
            Na hora da depressão percebemos que nada do que fizemos adiantou, a impressão que temos é que tudo foi em vão. Percebendo que nada adiantou entramos em depressão, nesta hora percebemos que o sofrimento parece aumentar, este é o momento de maior sofrimento psíquico. Depressão é um sentimento muito horrível para se sentir, só pensamos em chorar o tempo todo. Nesta fase nossa auto-estima sofre uma queda, perdemos o sono ou dormimos demais, deixamos compromissos, esquecemos de varias coisas importantes. Existem pessoas que “esquecem” até mesmo de realizar sua higiene diária, como tomar banho, por exemplo.
            Passando a depressão entramos na fase de aceitação, neste estágio passamos a aceitar o falecimento daquela pessoa querida, aceitamos nossas reais condições e começamos a batalhar por nossa qualidade de vida, neste momento a vida volta ao “normal”.
            Não existe um tempo programado para cada estágio de luto, e nem tampouco uma ordem específica, ou seja, há pessoas que vão do primeiro para o último e retornam para o terceiro, como existem pessoas que começam no terceiro estágio, passam para o segundo e retornam ao primeiro. O importante é saber que existem estes estágios, assim saberemos lidar melhor com a pessoa que sofre. A psicoterapia neste caso ajuda e muito esta pessoa, neste caso a psicologia entra para promover a qualidade de vida do indivíduo.
            Qualidade de vida neste caso é fazer a pessoa chegar no estagio de aceitação e lidar relativamente bem com o evento que a fez sofrer. Quem sofre não é a pessoa que falece e sim quem fica, no entanto, quando se fala em adoecer, o sofrimento maior é da pessoa adoecida. Temos de saber respeitar as diferenças de cada situação e vivermos com as pessoas diferentes, isso que faz o mundo se tornar um mundo tão maravilhoso.
Mas, e você?! O que você pensa sobre isso?! Já passou ou esta passando por esse sofrimento no momento?! Sabe como lidar com o seu sofrimento ou com o de outras pessoas?!

Um comentário:

  1. Só lembrando que este modelo (Kübler-Ross) foi primeiro criado pela autora em sua pesquisa com pacientes terminais, tentando explicar o auto-luto, que depois passou a ser associado também com outras perdas (inclusive o luto por outros).
    Gostaria de lembrar que a barganha não é só com personagens religiosas, existe a barganha com os médicos e o "fazer algo para melhorar o karma" ou algum balanceamento com o Universo... ele independe de religião (ou de não ter uma religião).

    Bom, sem mais, meus pêsames, espero que estejas passando bem pelos estágios e lidando com isso.
    Abraço

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