sexta-feira, dezembro 03, 2010

Memória.

   Hoje (3/12) é aniversario do meu irmão mais velho, esse meu irmão ao contrario de mim (que sou o mais novo de todos) sempre teve uma memória um tanto em que fraca se comparada com a minha, quando eu comecei a estudar memória me lembrei dele e ele sempre foi um dos motivos que me levaram a saber mais sobre memórias em geral e hoje eu decidi compartilhar alguns achados com os meus leitores.
   Memória é uma palavra que origina do nome da deusa grega Mnemosine que era a deusa da memória, suas filhas inspiravam os poetas colocando idéias em seus pensamentos, como se a memória fosse colocada na mente dos seres humanos (SÉ; LASCA, 2005).
   A memória e o aprendizado são de extrema importância para a experiência humana. A perda da memória leva a perda de si mesmo, da história de uma vida e das interações com outros seres (SACKS, 1988). Parte do que sabemos sobre nós e sobre o mundo, como por exemplo, o rosto de um amigo ou inimigo, as expressões numéricas, lugares em que passamos, enfim, não é uma capacidade inata, é adquirida por meio da experiência, e isso é armazenado e recuperado pela memória (EISENKRAEMER, 2006).
  Aprender consiste em agregar dados à memória. Estes dados podem ser explícitos (conscientes) ou implícitos (não conscientes) e podem durar de segundos até toda uma vida (GODOY, 2005).
   Segundo Izquierdo (2002), memória pode ser entendida como a aquisição, armazenamento e evocação de informações. A aquisição pode ser compreendida como o próprio processo de aprendizagem. Também pode ser chamada de fase de registro da informação (SIMS, 2001). O armazenamento relaciona-se com as formas de codificação da informação. A evocação é também chamada de recordação, lembrança e/ou recuperação (IZQUIERDO, 2002). Pode ser dividida em relação a forma de lembrar: recordar ou reconhecer (MYERS, 1999).
   Podemos afirmar que somos aquilo que recordamos, literalmente. Não podemos fazer aquilo que não sabemos como fazer, nem comunicar nada que desconhecemos, isto é, nada que não esteja na nossa memória (IZQUIERDO, 2002).
   A palavra memória quer dizer algo diferente em cada caso, porque os mecanismos de sua aquisição, armazenamento e evocação são diferentes (IZQUIERDO, 2002). Desta forma, ainda em Izquierdo (2002), há muitas classificações de memórias, de acordo com a sua função, com o tempo que duram e com o seu conteúdo. Pensando em sua função, há basicamente dois tipos de memórias: uma muito breve e fugaz, que serve para gerenciar a realidade e determinar o contexto em que diversos fatos, acontecimentos ou outros tipos de informação ocorrem, e se vale a pena ou não fazer uma nova memória disso ou se esse tipo de informação já consta dos arquivos (chamada de memória de trabalho).
   A classificação dos diversos tipos de memória é feita de forma qualitativa e quantitativa. A nomenclatura referente as mesmas difere entre os teóricos das áreas das neurociências e da psicologia cognitiva, porém o significado e suas funções são as mesmas. De modo geral, podemos dividir a memória de acordo com sua função e seu conteúdo (KOLB; WISHAW, 2002).
   Em relação a sua função, podemos destacar a memória de trabalho, que diferencia-se das outras (memória de curto prazo e longo prazo) pois não deixa traços e não produz registros. Dura de segundos a poucos minutos, e mantém a informação que está sendo processada no momento. A área cerebral responsável pelo seu controle é o córtex pré-frontal, e depende da atividade elétrica dos neurônios dessa região (IZQUIERDO, 2002).
   Segundo Del Nero (1997), os elementos que devem estar relacionados à memória são os moduladores de ação sináptica. Da mesma forma que algumas drogas apagam ou prejudicam a memória, também algumas substancias internas podem amplificá-la e gerar eventos que colaborem nas alterações de estrutura que subjazem a ela.
   Espero ter ajudado nesse tema e feito você entender um pouco mais de memória, se fiz você pensar, fiz meu trabalho. Obrigado, Marcio Colli.

Referência:
DEL NERO, Henrique Schützer. O Sítio da Mente. São Paulo: Collegium Cognitio, 1997.
EISENKRAEMER, Raquel Eloísa (2006). Nas cercanias das falsas memórias. Ciências & Cognição; Ano 03, Vol 09. Disponível em www.cienciasecognicao.org. Acesso em: 2/04/2009.
GODOY, Roberto. Mecanismos Cerebrais. In: VALE, Luiza Elena L. Ribeiro. Neuropsicología e Aprendizagem: Para viver melhor. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005.
IZQUIERDO, Ivan. Memória. Porto Alegre: Artmed, 2002.
KOLB, Bryan; WHISHAW, Ian Q.. Neurociência do Comportamento. Barueri: Manole, 2002.SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.
SÉ, E.V.G; LASCA, V. Exercite sua mente: guia prático para aprimoramento da memória, linguagem e raciocínio. Rio de Janeiro: Prestígio, 2005.
SIMS, Andrew. Sintomas da mente: introdução à psicopatologia descritiva. Porto Alegre: Artmed.

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